Omenscast #15: A Doença de Peyronie nos dias de hoje

Omenscast, o minicast da sua saúde sexual: o assunto de hoje é a doença de peyronie!
BLOG OMENS / Ereção
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Escrito por

Caio Vega

Dr. João Arthur Brunhara Alves Barbosa
Revisado por

Dr. João Brunhara

CRMSP 161.642
Última atualização

23 de outubro 2022

No nosso 15º episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara vai abordar tudo sobre a doença de peyronie e seus possíveis tratamentos, as técnicas cirúrgicas mais modernas e avançadas e muito mais!

Seja bem-vindo ao blog da Omens e fique à vontade para ouvir o nosso podcast! A transcrição do áudio também está logo abaixo.

Se você não tem o diagnóstico da doença de Peyronie, provavelmente você nunca ouviu falar nela. Se você, ou seu parceiro, teve esse diagnóstico ou uma suspeita dele, aqui nesse podcast você vai encontrar tudo que você precisa saber.

E, se você está só curioso e querendo saber mais, seja bem vindo do mesmo jeito.

Olá, eu sou João Brunhara, médico urologista, e esse é o podcast da Omens sobre saúde sexual masculina.

A doença de peyronie consiste na formação de placas de fibrose no pênis, que são percebidas como um tipo de caroço, endurecido, que é palpado no pênis.

A doença pode levar à dor, a uma curvatura ou até à deformação do pênis e ter como consequência também a disfunção erétil.

Essa fibrose é um endurecimento que acontece no interior do pênis, numa espécie de capa interna que se chama túnica albugínea.

Vamos esclarecer que a doença de Peyronie é um problema que surge com o passar dos anos, principalmente após os 50 anos de idade. Para quem tem uma curvatura do pênis desde as primeiras ereções, o diagnóstico é outro, de pênis curvo congênito, que vamos abordar em outro episódio. 

O exemplo mais típico é de um homem por volta de 50 anos, que começa a notar uma dor no pênis, principalmente quando está com ereção, e uma sensação de que o pênis está diferente, com uma parte mais sensível e endurecida.

Como evitar a doença?

Até hoje não sabemos exatamente o que causa a doença de Peyronie. Por isso não temos grandes formas de como evitar o Peyronie.

Na verdade, a hipótese principal é que pequenos traumatismos durante as relações sexuais podem resultar na formação de placas de fibrose. Mas essa hipótese não explica por que esses microtraumas acontecem com quase todo mundo com vida sexual ativa, e apenas algumas pessoas desenvolvem a doença de Peyronie. Então existem fatores genéticos e individuais envolvidos, e que ainda conhecemos pouco.

E estima-se que a doença afeta um a cada 10 homens depois dos 50 anos. 

Estágios da doença

Existem alguns pacientes que perguntam quais os “tipos” de Peyronie. Mas a doença não tem “tipos”, mas sim algumas fases diferentes de evolução.

No primeiro estágio, a dor e a sensação de uma placa endurecida no pênis são os principais sintomas – ainda que, em alguns casos, não ocorra dor. Por sinal, a dor tende a melhorar com o tempo, conforme a inflamação na placa diminui. Nessa fase, muitas vezes não existe ainda uma curvatura. 

Essa primeira etapa se chama fase aguda e a duração pode ser de 6 a 18 meses.

Então, começa o segundo estágio: a inflamação desaparece mas deixa vestígios: uma fibrose que é como se fosse uma cicatriz interna, ou seja, um tecido endurecido com perda de elasticidade em certas áreas do pênis – o que explica a deformação que é observada durante a ereção.

Essa deformação pode ser vista quando o pênis está ereto como uma curvatura para cima ou para um lado, ou mais raramente para baixo. Às vezes essa deformação não provoca uma curvatura, mas sim uma espécie de “estrangulamento” em uma área do pênis, que nós chamamos de ampulheta, ou até uma perda no tamanho do pênis.

E, no meio desse percurso, pode acontecer uma piora da ereção, motivada tanto por dor, quanto por preocupações psicológicas e, em alguns casos também por conta da própria deformação no pênis.

Tratamentos na fase aguda

Agora vamos falar do tratamento do Peyronie.

Primeiro, vamos esclarecer que em muitos casos, a doença não requer tratamento. Muitas vezes a dor é discreta e responde bem a analgésicos simples ou anti-inflamatórios. 

Na fase aguda, muitas vezes apenas observamos e esperamos a estabilização da doença. Mas, nos casos de sintomas muito incômodos, como fortes dores, podemos propor alguns tratamentos. Além disso, existem algumas possibilidades que podem reduzir a placa e controlar melhor a dor. 

1 – Remédios por via oral: infelizmente nenhum deles tem sido totalmente satisfatório. 

Por exemplo o uso de Vitamina E no Peyronie, colchicina, tamoxifeno, L-carnitina, pentoxifilina e muitas outras: nenhum deles é aceito como um tratamento oral realmente eficaz. Estudos mostram que alguns pacientes podem ter benefícios com a colchicina combinada com vitamina E em termos de dor e redução da placa, mas com resultados não muito expressivos. E também adianto que não há comprovação na doença de Peyronie de um remédio alternativo caseiro ou nada do tipo. 

2 – Alguns tratamentos são feitos por injeção no pênis, na placa de fibrose

Como as injeções de cortisona ou de verapamil parecem aliviar a dor, aqui também os resultados variam de um homem para outro.

Há um tratamento da doença de Peyronie com colagenase, isto é, uma injeção com essa enzima que teoricamente destrói a placa. Apesar de alguns resultados parecerem positivos, as complicações podem ser muito perigosas, como hematomas e fratura no pênis. Por isso, essas injeções hoje estão proibidas na Europa, por exemplo. E se alguém estiver se perguntando: não, não existe nenhuma pomada para a doença de Peyronie. 

3 – Ondas de choque e extensores:

Existem os métodos de ondas de choque no pênis (que parecem ser úteis para a redução da dor e da placa) e de tração com extensores penianos. Essa tração é interessante como complemento a outros tratamentos, mas requer usar o dispositivo de 6 a 10 horas por dia, todos os dias, durante vários meses. E, com isso, muitos homens desistem no caminho. 

Tratamentos na fase crônica

E quando operar o Peyronie? Os tratamentos cirúrgicos só são indicados na fase crônica, ou seja, depois da estabilização da doença.

Uma outra dúvida que surge com frequência é qual o valor de uma cirurgia para correção da doença de Peyronie. Aqui a resposta é: depende.

Por exemplo, alguns hospitais especializados no SUS fazem a cirurgia de forma inteiramente gratuita. Já em um tratamento particular, o preço de uma cirurgia para doença de Peyronie depende de vários fatores, como, por exemplo se será necessário o uso de uma prótese ou não, pois se trata de um dispositivo caro. E, logicamente, os preços variam de acordo com hospital e o profissional em questão. 

O objetivo da cirurgia é corrigir a deformidade para permitir que o homem recupere a capacidade em ter relações sexuais com penetração, MAS o paciente deve ser avisado de que o pênis nunca volta a ser exatamente como era antes da doença. Só devemos fazer a cirurgia se a curvatura realmente for acentuada e incômoda, atrapalhando a vida sexual.

E como é feita a cirurgia da doença de Peyronie?

É importante saber também que existem técnicas diferentes. As técnicas mais antigas, sendo a principal delas chamada Nesbit, envolvem uma redução do comprimento do pênis em mais ou menos 2 centímetros. Nesse caso, são dados pontos do lado saudável do pênis, que não tem doença, e ele acaba se igualando em comprimento ao lado com placa, e com isso a curvatura é corrigida. Mas obviamente, a maioria dos pacientes se incomodam com a ideia de perder comprimento do pênis

Depois, surgiram outras técnicas mais modernas que envolvem incisões geométricas nas placas de fibrose e, em alguns casos, colocamos um enxerto biológico no lugar da placa. Essa opção é interessante pois restaura o comprimento original do pênis, mas é uma cirurgia mais delicada e realizada apenas por urologistas especializados e que dominam as técnicas mais avançadas.

E, por fim, em casos em que existe um problema também na função erétil, propomos a correção com a colocação de uma prótese peniana, que ajuda a dar um reforço estrutural interno ao pênis. A posição é totalmente interna, ou seja, você não vê a prótese por fora. Essa prótese pode ser maleável ou inflável, e a indicação depende da preferência do paciente, mas também de características do caso. Quando a curvatura é muito acentuada, a prótese inflável pode não ser uma boa opção.

Muitas vezes, além de colocar a prótese, precisamos fazer incisões na placa e, em alguns casos, colocar uma cobertura interna com enxerto biológico. Então, novamente, esse procedimento deve ser realizado por urologistas com larga experiência.

No geral, quando o diagnóstico é bem conduzido, as regras são respeitadas, e o tratamento proposto é personalizado, a cirurgia tem resultados de satisfação acima de 90%. 

Se você sofrer com essa condição ou se um dia estiver preocupado com a doença, procure um urologista especializado. Ele vai poder te ajudar e oferecer as melhores soluções para o seu caso!

Se você ainda tiver comentários ou dúvidas, continue essa conversa na nossa página no Youtube, no Instagram ou no nosso blog!

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