A PrEP, ou Profilaxia Pré-Exposição, é um medicamento usado para prevenir o HIV. Cada vez mais pessoas querem entender como funciona, onde conseguir, quanto custa, se precisa de receita médica, se é vendida em farmácias e quanto tempo a PrEP fica no organismo. Neste guia, respondemos as principais dúvidas de forma aprofundada e com dados científicos atuais.
Índice
O que é PrEP, para que serve e como funciona?
A PrEP é um tratamento preventivo contra o HIV, que consiste na combinação de dois medicamentos, tenofovir e entricitabina, presentes também no famoso Truvada. Quando tomada corretamente, ela impede que o vírus se estabeleça no organismo, protegendo contra a infecção.
Estudos mostram que a proteção é extremamente eficaz: cerca de 99% nas relações sexuais e 74% na prevenção via uso de drogas injetáveis.
Além disso, desde sua implementação no SUS, a PrEP teve forte adesão. De acordo com dados de 2023, mais de 149.023 pessoas iniciaram o uso da PrEP no Brasil, sendo que 76.997 estavam em uso ativo até dezembro daquele ano. Contudo, cerca de 30% dos usuários descontinuaram, evidenciando desafios na adesão, como estigma, efeitos colaterais e barreiras estruturais.
Quem deve tomar a PrEP?
É indicada para pessoas que:
- Mantêm relações sexuais sem camisinha com frequência.
- Pertencem a grupos de maior risco (homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo, casais sorodiferentes).
- Utilizam drogas injetáveis.
- Adolescentes em risco, conforme estudos como o PrEP1519, que demonstrou a efetividade e a aceitação do uso da PrEP entre jovens de 15 a 19 anos em cidades como São Paulo, Salvador e Belo Horizonte.
E quem NÃO deve usar a PrEP?
A PrEP não é indicada para pessoas com risco muito baixo de exposição ao HIV, já que, nesses casos, os possíveis efeitos colaterais podem superar os benefícios do uso contínuo. Além disso, indivíduos com problemas hepáticos ou renais devem ter atenção redobrada: a PrEP pode afetar a função do fígado e dos rins. Por isso, o uso só deve ser iniciado após avaliação médica e exames laboratoriais.
Quais os efeitos colaterais da PrEP?
A PrEP é considerada segura, mas algumas pessoas podem apresentar efeitos colaterais leves nos primeiros dias de uso, como:
- Náuseas
- Diarreia
- Dores de cabeça
- Fadiga
- Desconforto estomacal
Geralmente, esses efeitos desaparecem com o tempo. Casos mais graves são raros, mas exigem retorno imediato ao serviço de saúde para reavaliação. Também é fundamental informar ao médico sobre outros medicamentos em uso, para evitar interações medicamentosas.
Onde conseguir PrEP? Gratuita ou em farmácia?
Você pode obter a PrEP de duas formas:
- Gratuitamente pelo SUS, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e unidades de saúde especializadas em ISTs. Embora esteja disponível nacionalmente, dados mostram que ainda está concentrada nas grandes capitais, como São Paulo, que sozinha concentra cerca de 40% da distribuição nacional.
- Em farmácias privadas, mediante receita médica, onde já é possível comprar a versão genérica.
Atualmente, a farmacêutica Blanver disponibiliza o medicamento em redes como a Drogaria São Paulo (no estado de SP). Outras farmácias estão em processo de inclusão do medicamento no catálogo.
PrEP valor: quanto custa na farmácia?
O preço da PrEP em farmácias privadas gira em torno de R$ 150,00 por frasco com 30 comprimidos (para um mês de uso). Isso representa cerca da metade do preço do medicamento de referência no mercado internacional.
Pelo SUS, ela continua sendo 100% gratuita, reforçando a política de saúde pública brasileira na luta contra o HIV.
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Como tomar a PrEP corretamente?
- 1 comprimido por dia, todos os dias, sem falhas.
- O medicamento precisa estar presente na corrente sanguínea antes de uma possível exposição ao HIV.
- A eficácia completa se estabelece após 7 dias de uso contínuo para sexo anal e 21 dias para sexo vaginal ou uso de drogas injetáveis.
- É necessário fazer exames a cada 3 meses para monitoramento de HIV, função renal e outras ISTs.
Pesquisas como esta que separamos para você, sobre a PrEP sob demanda entre jovens, apontam que, apesar de algumas discussões sobre alternativas como a PrEP sob demanda, a versão diária é a mais recomendada pela robustez da proteção, especialmente para populações com práticas sexuais frequentes e imprevisíveis.
Mas a PrEP não previne outras ISTs, ok?
A PrEP é eficaz contra o HIV, mas não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis, gonorreia, HPV ou clamídia. Por isso, é essencial combiná-la com o uso de camisinha e manter uma rotina de testagem regular para ISTs, oferecida gratuitamente no SUS. Isso faz parte da chamada prevenção combinada, uma estratégia mais completa para o cuidado com a saúde sexual.
Quanto tempo a PrEP permanece no organismo após parar?
Após interromper o uso, a PrEP (especialmente o Truvada) permanece no organismo por até uma semana, devido à meia-vida longa dos seus componentes, especialmente o tenofovir.
Por isso, caso decida parar, é importante fazer isso sob orientação médica para garantir proteção durante o período de transição, especialmente se você continuar em situações de risco.
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PrEP precisa de receita? Entenda
- Sim, tanto para retirar no SUS quanto para comprar em farmácia particular, é necessário apresentar uma prescrição médica válida.
- Na Omens, você pode conseguir sua receita de forma 100% online, de maneira prática e rápida.
- A receita garante segurança no acompanhamento de saúde, já que é preciso realizar exames periódicos e receber orientações adequadas.
Truvada e PrEP: é a mesma coisa?
Quase.
- Truvada é o nome comercial de um dos medicamentos usados na PrEP (combinação de tenofovir + entricitabina).
- A PrEP é o protocolo de prevenção, que pode usar o Truvada ou um genérico equivalente.
Nos Estados Unidos, além do Truvada, o medicamento Descovy também foi aprovado pela FDA para uso como PrEP em determinados grupos. No Brasil, o Truvada e seu genérico seguem sendo os principais utilizados.
Qual a diferença entre PrEP e PEP?
Ambos são métodos eficazes de prevenção contra o HIV, mas com finalidades diferentes:
- PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): tomada antes da exposição ao vírus, de forma contínua e preventiva, indicada para quem tem alto risco contínuo.
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição): usada depois de uma exposição eventual e inesperada ao HIV. Deve ser iniciada em até 72 horas após o contato e tomada por 28 dias.
Se você teve uma relação de risco recente e não faz uso da PrEP, procure imediatamente uma unidade de saúde para verificar a indicação da PEP.
Critério | PrEP | PEP |
---|---|---|
Indicação | Uso diário antes da exposição ao HIV, para quem está em risco contínuo | Uso emergencial até 72h após uma exposição ao HIV |
Composição | Tenofovir + Entricitabina (ex: Truvada) | Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir (varia) |
Modo de uso | 1 comprimido/dia, todos os dias | 1 comprimido/dia por 28 dias |
Protege contra HIV | Sim (cerca de 99%) | Sim (se iniciada rapidamente) |
Protege contra outras ISTs | Não | Não |
Disponível no SUS | Sim, gratuitamente | Sim, gratuitamente |
Disponível em farmácias | Sim, com receita médica | Não está à venda em farmácias |
Precisa de receita | Sim | Sim |
Preço médio na farmácia | R$ 150,00 (30 comprimidos) | Gratuita via SUS |
Eficácia sexual anal | 99% | Alta se iniciada em até 2h |
Eficácia sexual vaginal | Cerca de 90% após 21 dias de uso contínuo | Menor, se iniciada após 48h |
Efeitos colaterais comuns | Náusea, dor de cabeça, fadiga | Náusea, diarreia, insônia |
Mas já abordamos aqui no blog as diferenças entre PrEP e PEP!
Conclusão
A PrEP é uma estratégia segura, eficaz e acessível para quem quer se proteger do HIV. Disponível gratuitamente no SUS e também em farmácias, ela é uma ferramenta poderosa na prevenção. Estudos mostram que, quando bem utilizada, ela reduz drasticamente o risco de infecção e melhora a qualidade de vida de populações vulneráveis.
Se você acredita que se encaixa no perfil para uso, converse com um médico (presencial ou online) e comece seu cuidado preventivo.
Consulte um médico online e obtenha sua receita para PrEP com praticidade na Omens.
Perguntas frequentes sobre PrEP
— Onde comprar PrEP?
Nas farmácias que vendem o genérico, como Drogaria São Paulo (em SP), e gratuitamente no SUS.
— Qual o valor da PrEP na farmácia?
Cerca de R$ 150,00 o frasco com 30 comprimidos.
— PrEP precisa de receita médica?
Sim, tanto na farmácia quanto no SUS.
— Quanto tempo a PrEP fica no organismo?
Cerca de uma semana após a última dose.
— Como tomar PrEP corretamente?
1 comprimido por dia, todos os dias, sem falhas.— Truvada e PrEP são iguais?
Truvada é o medicamento usado na PrEP, mas a PrEP é o protocolo de prevenção.
5 respostas
Qual o valor do medicamento?
Tenho duvida, se não faço sexo todos os dias. Tomo remedio prep por 1 dia ou todos os dias?
Tomo a PrEP todos os dia as 15:40, mas teve um dia que quando fui me lembrar de tomar já eram 16:22, uma diferença de 42 minutos além da hora de tomar. Não tem problema?
Ao mesmo tempo que o texto é informatico ele é super preconceituoso. Na lista de: quem deve tomar vocês dão ênfase em pessoas que tem relação sexual com homem, e se vocês tiverem acesso a literatura e analisarem os dados, essa afirmação é totalmente equivocada e reforça o preconceito dessa comunidade. O HIV não denota sexo muito menos orientação sexual. O contato de risco é um fator de alerta, independente se esse contato é é homo afetivo ou não. Ou vocês acreditam que a heterossexualidade esta imune disso e só a categoria listada tem perigo? A matéria é boa, porém tem seus equívocos. Tirando esses detalhes, parabéns pela matéria.
São 21 novos casos de HIV em homens para cada 10 entre as mulheres: a probabilidade é maior de contrair a infecção no sexo inseguro com homens.
O HIV não escolhe orientação sexual e em nenhum momento falamos isso no texto. A questão é que homens que fazem sexo com homens e mulheres trans estão no grupo dos mais vulneráveis, dos mais atingidos. Mesmo porque é uma comunidade cuja maioria começa a vida sexual sem apoio da família, recebendo pouca ou nenhuma educação sobre sexo seguro.
Reforcemos: qualquer um pode ser infectado pelo HIV, mas vivemos em uma sociedade homofóbica e transfóbica que limita o acesso dessas pessoas a informações, a bem-estar e saúde de qualidade.