O que é squirt?

que as polêmicas comecem: o squirt existe mesmo?
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Escrito por

Caio Vega

Dr. João Arthur Brunhara Alves Barbosa
Revisado por

Dr. João Brunhara

CRMSP 161.642
Última atualização

14 de setembro 2022

No momento do orgasmo, ou quando ele está se aproximando, a mulher libera uma pequena quantidade de líquido que passa despercebido na maioria dos casos. Às vezes, ela libera uma grande quantidade: o chamado squirt.

O que acontece durante a ejaculação feminina? Todas as mulheres podem ter essa experiência? Por que uma mulher quando tem um orgasmo não necessariamente ejacula? Primeiro, estudaremos a fisiologia dessa reação sexual do organismo feminino, a fim de explicar melhor o que acontece durante o squirt.

Como a ciência explica o squirt?

Por que sabemos tão pouco sobre a ejaculação feminina? Ainda é um tabu esse assunto?

Na área científica, há muito tempo se debate o tema da ejaculação feminina. No entanto, ainda explicaram pouco sobre essa reação sexual do corpo da mulher. É difícil encontrar estudos e informações sérias na internet, pois o assunto squirt fascina e alimenta discussões acirradas!

Mais do que a natureza do orgasmo, é a manifestação dele que pode mudar de uma mulher para outra.

Características da ejaculação feminina

A ejaculação feminina começa com uma secreção das glândulas de Skene (parauretrais), próximas ao meato urinário. Essa secreção é diferente daquelas da vagina ou da vulva, expelidas pelas glândulas de Bartholin, que são responsáveis pela lubrificação vaginal.

Quando a excitação é muito forte, esse fluido é expelido do corpo como um reflexo. Em relação à sua composição, estudos mostram que o líquido é composto basicamente de urina, mas contém também conteúdo da secreção das glândulas de Skene. Boa parte fluido do squirt é proveniente da bexiga.

Não se trata de incontinência urinária coital, ainda que a ejaculação feminina venha das glândulas parauretrais, da bexiga ou das duas.

A dificuldade das pesquisas

Tem sido difícil identificar a composição da ejaculação feminina. No entanto, os cientistas concordam que sua composição inclui não só urina mas também produtos das glândulas de Skene (como, por exemplo, o PSA feminino).

Um estudo foi realizado com várias mulheres que experienciam o squirt a fim de definir se ele vinha das glândulas parauretrais ou da bexiga. Um cateter foi conectado da uretra até a bexiga delas. Durante o orgasmo induzido pela masturbação, descobriu-se que a maior parte da ejaculação feminina vinha da bexiga, com pouca secreção vindo das glândulas parauretrais.

Podcast: Desmistificando o orgasmo [Omenscast #26]

No nosso 26º episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara vai falar um pouco sobre o ápice do prazer sexual: o orgasmo. Fique à vontade para ouvir o nosso podcast: a transcrição do áudio você poderá encontrar aqui.

Squirt: um reflexo sexual do corpo feminino

A primeira fase do desejo sexual feminino pode ser vista como um desejo “espontâneo” ou “inato”.

A reação sexual e os humores da mulher são moldados sob a influência de hormônios e dos receptores de estrogênio, progesterona (hormônio esteróide) e androgênio (hormônio masculino).

Início dos pensamentos sexuais

Consideramos que o primeiro ciclo sexual feminino começa com o desenvolvimento de um pensamento ou fantasia sexual. Logo após, outro tipo de desejo, secundário à excitação física, acontece: o desejo reativo.

Embora nem todas tenham a mesma resposta sexual, esse padrão diz respeito à maioria das mulheres, levando em consideração as características fisiológicas delas.

Na verdade, a questão da motivação sexual feminina é muito complexa, porque existir motivação sexual não pressupõe necessariamente a presença ou ausência de desejo.

Quando uma mulher inicia uma relação sexual, ela aumenta sua proximidade emocional. O desejo sexual geralmente começa com estímulos externos (através do olfato, do tato…) ou psicológicos (fantasias, memórias…).

O humor e os hormônios influenciam o desejo e a atividade sexual, seja aumentando os diferentes estímulos, seja os inibindo.

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Aumento na atividade do sistema nervoso

Esse aumento da atividade do sistema nervoso permite que o corpo “se prepare” para a atividade sexual. Percebe-se, então:

  • Em primeiro lugar, um aumento do fluxo sanguíneo em direção ao tecido erétil do clitóris.
  • Em seguida, um ritmo cardíaco acelerado: essa fase da excitação normalmente tem como características a lubrificação vaginal, o fluxo de sangue no clitóris e pequenos lábios e o alargamento dos grandes lábios.

As zonas erógenas estimuladas (lábios menores, clitóris, seios…) e as informações sensoriais genitais são comunicadas ao cérebro através de terminações nervosas. A lubrificação vaginal, aliás, só acontece devido à chegada do fluxo sanguíneo no clitóris, nos lábios genitais e na vagina.

Fase de excitação

Durante essa fase, a vagina muda de forma. A área perineal do diafragma se contrai, fazendo com que a entrada do canal vaginal se estreite, enquanto o diafragma pélvico deixa o fundo do canal mais largo.

Essa fase de excitação, que é a mesma que ocorre nos homens, possui uma duração que irá variar dependendo dos aspectos fisiológicos da pessoa.

A chegada do orgasmo

Geralmente o orgasmo ocorre alguns segundos antes das (dezenas de) contrações musculares bruscas e involuntárias da vagina e dos músculos pélvicos.

Ao contrário dos homens, a estimulação sexual deve ser mantida até o orgasmo; se não, existe o risco da excitação diminuir.

Junto do orgasmo, vem a aceleração da respiração e do ritmo cardíaco. Além disso, é possível repeti-lo em um intervalo de alguns segundos. Quando o orgasmo termina, os músculos pélvicos relaxam e a vasodilatação diminui. Nesse momento, as mulheres descrevem um sentimento de satisfação, bem-estar e euforia. 

O contato com os músculos do diafragma pélvico é involuntário e afeta a duração e intensidade do orgasmo. Normalmente o orgasmo feminino se manifesta através de uma sensação de prazer, na maioria das vezes acompanhada de uma lubrificação vaginal que pode durar alguns minutos.

No entanto, a existência de uma ejaculação feminina ainda é motivo de debate.

#NoFapSeptember vale a pena? [Vídeo]

Você conhece o movimento No Fap? É um movimento em relação à masturbação masculina, que consiste em ficar um mês sem se masturbar, geralmente no mês de setembro – por isso chamamos de No Fap September. Mas, afinal, fazer isso traz benefícios reais? O movimento se baseia em crenças de que a masturbação faz mal. Outros acreditam que é uma forma de ajudar aqueles que querem saber como parar de se masturbar, até para quem sofre com vício em masturbação. Mas será que é verdade? Nesse vídeo vamos falar tudo o que você precisa saber sobre o movimento No Fap Brasil.

Todas as mulheres conseguem ejacular?

Tecnicamente, sim. 75% das mulheres expulsam um líquido durante o orgasmo, mesmo que na maioria das vezes ele passe despercebido.

Em outros casos, esse líquido pode estar presente em grande quantidade e até mesmo jorrar durante o orgasmo, várias vezes seguidas. Muitas vezes a mulher, quando descobre essa sensação, não a entende. Assim, ela tem a impressão de que vai urinar e, portanto, tenta segurar.

Essa ejaculação pode tomar a forma de um “vazamento” lento ou de um jato mais forte.

Motivo de vergonha para algumas mulheres?

Uma mulher pode se sentir desconfortável com a chegada de uma ejaculação em quantidade, principalmente porque ela não está acostumada, mas também por ser comparável a uma ejaculação masculina.

Ela pode se sentir envergonhada por estar demonstrando seu prazer ao(à) parceiro(a) dessa maneira.

Na realidade, porém, trata-se de um fenômeno normal que a mulher pode descobrir durante toda sua sexualidade, e normalmente não incomoda em nada.

Conclusões

Todas as mulheres podem ejacular durante o orgasmo, só que isso simplesmente não acontece da mesma forma para todas e depende de fatores fisiológicos e psicológicos.

Isso não significa que uma situação seja mais normal do que outra! A quantidade de líquido durante a ejaculação feminina pode ser baixa ou alta, que isso não vai afetar o prazer.

Na maioria dos casos, a mulher descobre o squirt no decorrer da sua vida sexual: seja através de um melhor conhecimento de seu corpo e um melhor controle da ejaculação (através de exercícios para fortalecer o assoalho pélvico, por exemplo), seja de forma imprevisível durante a relação ou através da masturbação.

O squirt não é, portanto, uma peculiaridade. Da mesma forma, não ter uma ejaculação em grande quantidade não é de modo algum um problema: é apenas uma resposta diferente do organismo.


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6 comentário(s) sobre “O que é squirt?

  1. Ronaldo says:

    Estou com uma pessoa há quase 2 anos. No início ela tinha squirt várias vezes em todas as relações, e agora não tem mais há algum tempo. Ela não tem mais a mesma excitação por mim ou tem alguma outra explicação?

    • Dr. João Brunhara says:

      Ronaldo, pode ser alguma mudança nas estimulações durante a relação? Pode ser qualquer mudança (emocional/física) da parte dela? São infinitas as explicações possíveis. O ser humano é complexo e sua sexualidade também. Recomendamos conversar com a pessoa parceira: pergunte a ela!

  2. Jarmelia says:

    “Um estudo foi realizado com várias mulheres que experienciam o squirt a fim de definir se ele vinha das glândulas parauretrais ou da bexiga. Um cateter foi conectado da uretra até a bexiga delas. Durante o orgasmo induzido pela masturbação, descobriu-se que a maior parte da ejaculação feminina vinha da bexiga, com pouca secreção vindo das glândulas parauretrais.”
    Rs! Ou seja: um bando de mijonas!

    • Dr. João Brunhara says:

      O líquido vem da bexiga, mas as contrações e os estímulos que provocam a ejaculação têm origem em zonas erógenas. Portanto, sem julgamentos: é uma reação natural em certas pessoas que possuem vulva!

  3. Mister says:

    Olá, eu gostaria de saber se o ” squirt ” existe nos homens ? Porque eu não sei ocorreu comigo. Pois os estudos apontam apenas para as mulheres , mas e os homens . Espero uma resposta positiva

    • Dr. João Brunhara says:

      Não entendemos a sua dúvida… Na verdade o “squirt dos homens” seria a própria ejaculação, ou seja, o esperma expelido pelo pênis no momento do orgasmo, que é completamente normal.

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