No nosso 35º episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara vai responder as principais dúvidas sobre o câncer de testículo, tanto em seu estágio inicial como mais avançado.
Seja bem-vindo ao blog da Omens e fique à vontade para ouvir o nosso podcast! A transcrição do áudio também está logo abaixo.
Se você chegou aqui, você tem preocupação ou curiosidade sobre uma doença masculina que pode ser bastante séria, o câncer de testículo.
Só de falar a palavra câncer, já vem um medo relacionado a coisas desconhecidas e possivelmente perigosas. Mas como tudo em saúde, a primeira medida é a informação, tanto para ter um diagnóstico precoce quanto para buscar a ajuda certa e encontrar o melhor tratamento. Mas então, como identificar um câncer no testículo? E quais as chances de cura do câncer de testículo?
Eu sou João Brunhara, médico urologista, e esse é o podcast da Omens sobre saúde masculina.
Definições
O câncer de testículo normalmente é um nódulo no testículo que cresce de forma rápida: em média, o tempo que ele demora para dobrar de tamanho é de aproximadamente 15 dias. Ou seja, mesmo que ele comece pequeno, em questão de semanas a meses, já se torna uma massa palpável e com alguns centímetros de diâmetro.
Por ser um tumor maligno, ele tem a capacidade de se espalhar para outras regiões do corpo, como gânglios abdominais e os pulmões. Nesses casos, estamos falando de um câncer de testículo avançado. Mas é importante ressaltar que mesmo um câncer de testículo com metástase tem cura em um grande número dos casos.
Diferente de outros tumores que costumam acontecer em pessoas mais velhas, a influência da idade no câncer de testículo é o contrário: ele tem predomínio em pessoas jovens. Principalmente, na faixa dos 15 aos 35 anos de idade é que acontece a maioria dos casos.
E uma pergunta comum dos pacientes:
O que pode causar câncer no testículo?
Na verdade, não existe uma causa totalmente atribuível, mas conhecemos alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de um câncer de testículo.
Entre eles, os principais são:
- histórico de câncer de testículo na família
- alterações genéticas, como a Síndrome de Klinefelter
- infecção pelo HIV
- uso de maconha
- infertilidade
- e uma outra alteração chamada criptorquidia, que é quando ao nascimento, os testículos não se localizam na bolsa escrotal, mas dentro do abdome, e necessitam de uma cirurgia para chegar ao local correto.
Como diagnosticar
E como identificar um câncer no testículo?
O principal sintoma de câncer no testículo é o crescimento de um nódulo – popularmente chamado de caroço – no testículo, que acontece na maioria das vezes sem dor, e aumentando de tamanho a cada semana.
Aliás, para permitir uma detecção precoce do câncer de testículo, estimulamos os homens a partir da adolescência a realizar o autoexame dos testículos, uma palpação na hora do banho procurando algum nódulo. Por sinal, na nossa página no instagram você encontra um guia de como fazer o autoexame.
Se notar alguma alteração, como um crescimento do testículo como um todo, ou um caroço, você deve procurar um urologista o mais rápido possível. Além de examinar, o médico irá pedir um ultrassom para dar um diagnóstico mais preciso e também irá pedir exames de sangue.
Além disso, algumas pessoas perguntam qual é o exame de sangue para saber se está com câncer de testículo. Na verdade, o diagnóstico principal vem através do exame físico e do ultrassom, mas alguns exames de sangue ajudam a definir qual o tipo provável e extensão do tumor, como o HCG, a alfa feto proteína e o DHL. Eles podem ajudar a definir se é um caso de seminoma, em geral menos agressivo, ou um tumor não-seminomatoso, que costuma ter um comportamento mais perigoso.
Além disso, fazemos uma tomografia do tórax e do abdome, procurando indícios de metástases nesses locais. Como o câncer de testículo tem evolução relativamente rápida, mesmo um tumor pequeno pode ter disseminação para gânglios ou pulmões, por isso essa investigação é importante sempre.
Tratamento e prognóstico
Quando está confirmado o diagnóstico por ultrassom de um câncer de tesítculo, o tratamento inicial é remover o testículo afetado por completo, sem necessidade de uma biópsia prévia. Essa cirurgia é realizada por um corte um pouco acima da virilha, na chamada região inguinal, e não diretamente na bolsa escrotal. Isso é feito assim porque a abertura da bolsa pode ajudar a disseminar o tumor.
Nessa via de acesso inguinal, conseguimos remover o testículo por completo sem violar as estruturas que estão próximas dele.
Precisa de quimioterapia?
Após a retirada do testículo, o material vai para análise microscópica, onde ocorre a definição do tipo e agressividade do tumor. Em casos de tumores pouco agressivos e sem evidências de metástases na tomografia, basta o tratamento cirúrgico, sem necessidade de quimioterapia.
Já se houver sinais de gânglios aumentados, será necessária uma quimioterapia para câncer de testículo. Após o fim das sessões de quimioterapia são realizadas novas tomografias para verificar se essas lesões regrediram. E, quando desaparecem, o tratamento para por aí, mas se as lesões não desaparecerem, pode ser necessária uma nova cirurgia, dessa vez para retirar esses gânglios aumentados.
Uma outra opção que pode ser usada, mas nos seminomas, é a radioterapia para destruir esses gânglios.
Por fim, como os tratamentos progrediram bastante nas últimas décadas, as chances de cura dos tumores de testículo são muito altas. A taxa de sobrevivência após 5 anos do diagnóstico, nos casos de tumores iniciais ou que atingem gânglios é acima de 95%. E mesmo nos casos com metástases no pulmão, a sobrevivência após 5 anos é de 3 a cada 4 pacientes.
Se você tiver sentido qualquer alteração no tamanho ou formato dos testículos, com algum crescimento ou caroço surgindo, procure um urologista com urgência e não fique esperando.
E, se você tiver dúvidas ou comentários, continue essa conversa nos nossos canais no Youtube, Instagram, Facebook, TikTok, ou no blog. Te vejo lá!
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Foi feito a cirurgia fãs 20 dias ainda não sabe se precisa de quimioterapia vai passar por mais especulação , para ver realmente é preciso fazer quimioterapia gratos, por esses orientações. Precisamos de muito ajudar estamos sem chão e esta muito difícil atendimento médico