Omenscast #5: Câncer de próstata

Omenscast, o minicast da sua saúde sexual: o assunto de hoje é câncer de próstata
BLOG OMENS / Saúde geral
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Escrito por

Caio Vega

Dr. João Arthur Brunhara Alves Barbosa
Revisado por

Dr. João Brunhara

CRMSP 161.642
Última atualização

25 de julho 2023

No quinto episódio do Omenscast, o médico urologista João Brunhara fará uma apresentação bem detalhada sobre o câncer de próstata, incluindo seus fatores de risco, formas de prevenção, sintomas e tratamentos.

Seja bem-vindo ao blog da Omens e fique à vontade para ouvir o nosso podcast! A transcrição do áudio também está logo abaixo.

Com certeza você já ouviu muitas coisas por aí sobre câncer de próstata. Que é perigoso, que pode matar, que quem tem esse câncer vai ter impotência, enfim… algumas verdades, alguns mitos e algumas meias verdades.

Hoje eu vou falar tudo sobre câncer de próstata que você precisa saber para se prevenir.

Olá, eu sou João Brunhara, médico urologista, e esse é o podcast da Omens sobre saúde sexual masculina.

Então, vamos lá… Primeiro, o que é a próstata?

Ela é uma glândula que fica logo abaixo da bexiga, ao redor do canal da urina. E ela produz parte dos líquidos que compõem a ejaculação.

E o que é o câncer de próstata?

É um nódulo que vai crescendo dentro da próstata através de uma multiplicação desordenada: basicamente um pedacinho da glândula que começa a crescer sem que o corpo consiga controlar esse processo, até o ponto em que o tumor pode se espalhar para outros locais, como os ossos – as chamadas metástases.

E sim, o câncer de próstata é muito comum.

Segundo dados do INCA, o câncer de próstata corresponde a mais de 30% dos tumores malignos em homens no Brasil, sendo o tumor mais frequente (tirando os tumores de pele, que na verdade entram em outra classificação). Ele é tão comum que, segundo as estimativas da Sociedade Americana de Câncer, 1 em cada 8 homens vão ser diagnosticados com câncer de próstata ao longo da vida.

E por curiosidade:

O que causa câncer de próstata?

Na verdade, falamos em fatores de risco para o câncer de próstata. Os principais são genéticos: pessoas com histórico familiar da doença e a população negra têm risco aumentado.

Além disso, existem fatores protetores. Hábitos de vida saudáveis (como evitar cigarro e fazer exercícios) são uma forma de diminuir o risco. Além disso, ajuda ter uma dieta balanceada, evitando gorduras e caprichando em verduras e legumes (com um menção honrosa para o tomate). Tudo isso entra em prevenção de câncer de próstata.

Agora pensa… 1 em cada 8 homens. Esse número é muito alto. Só que, por outro lado, nas estimativas da mesma sociedade americana, mais ou menos 1 homem a cada 40 da população total vai morrer por essa causa. Ou seja: a maioria das pessoas com câncer de próstata não morrem por causa dele.

E isso porque os tratamentos hoje em dia são muito eficazes. E também porque uma parte dos tumores não são tão agressivos assim, como vamos ver daqui a pouco.

A questão é que a chance de sucesso é muito maior se o diagnóstico for feito cedo, e por isso que é tão importante fazer os exames de rotina.

E tem uma observação: se você ficar esperando ter sintomas do câncer de próstata, provavelmente vai ser tarde demais, isso porque ele costuma crescer silenciosamente e demora anos para dar algum sinal.

Quais os sintomas do câncer de próstata?

Pode existir uma dificuldade para urinar, mas esse sintoma é mais comum no crescimento benigno da próstata, que acontece com a idade. De resto, ele só costuma dar sintomas mesmo quando tem metástases para os ossos e assim surgem dores no corpo, mas num estágio bem avançado.

Rastreamento: como são esses exames e quando eu tenho que fazer?

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda fazer os exames anualmente a partir dos 45 anos para todo os homens, e a partir dos 40 para aqueles que têm um risco maior (pessoas negras e indivíduos com histórico familiar de câncer de próstata).

Os exames consistem no famoso toque retal (que procura algum nódulo palpável) e em um exame de sangue chamado PSA.

O PSA é uma proteína que aumenta para um valor acima de 2,5 nos casos de câncer, mas tem que ser analisada com cautela, porque ele também pode aumentar em outras ocasiões.

Aqui cabe um parênteses sobre o toque retal: apesar de ser aquele exame tão temido, ele na verdade não tem nada demais. O exame dura apenas alguns segundos, enquanto acontece a palpação da próstata, pouco mais de uma polpa do dedo para dentro do canal.

Além do mais, é o mesmo exame que qualquer homem (e mulheres?) tem que fazer, por exemplo se tiver um problema de hemorroidas ou quando for fazer uma colonoscopia de rotina. Algo totalmente corriqueiro, rápido e indolor, que não tem por que ser um tabu.

Se algum desses exames, do toque ou PSA, vier alterado, seu médico irá prosseguir com outros exames, como a ressonância magnética e a biópsia.

Tratamento

E, então, o que acontece se eu tiver câncer de próstata? Primeiro, nada de desespero, lembra que eu disse que a maioria das pessoas com câncer de próstata no fim das contas não morrem por causa dele. Então, antes de tudo, a ideia é não se desesperar, porque, afinal, o câncer de próstata tem cura. Então, vamos ver como é o tratamento do câncer de próstata.

Depois do diagnóstico, olhamos alguns fatores como a extensão do tamanho do tumor, o nível do PSA e a agressividade do tumor na biópsia. A ideia é que quanto mais precoce for o diagnóstico e menos avançado for o tumor, maior é a chance de cura – que pode ser superior a 90%.

Existem situações em que o câncer não é agressivo, às vezes até a ponto de poder ser apenas acompanhado com exames periódicos, mas essa não é a regra na maioria dos casos. De resto, existem as possibilidades de cirurgia ou radioterapia, que podem ser complementadas com terapias hormonais ou até quimioterapia.

E sobre aquela preocupação:

Câncer de próstata causa impotência?

Hoje em dia, a cirurgia de câncer de próstata avançou muito nesse sentido. Com as técnicas cada vez mais avançadas de cirurgia robótica, e na mão de um cirurgião especializado, as chances de preservar os nervos pélvicos e com isso conseguir uma boa ereção no pós-operatórios são cada vez maiores.

Também é importante para isso que o diagnóstico seja precoce, pois quanto mais avançado o tumor, menor é a possibilidade de preservação dos nervos. E mesmo quando os nervos são afetados, existem diversas possibilidades de correção da função erétil, incluindo comprimidos, fisioterapia, injeções ou até o uso de uma prótese.

Por isso, é importante não ter medo de fazer os exames do câncer de próstata: se você tiver um tumor, quanto antes você descobrir, melhores são as suas chances de se curar e de manter uma boa ereção. Por isso, se cuide!

Se você ainda tem alguma dúvida ou comentário, siga nossa página no Youtube, comente e mande sua mensagem no nosso blog!

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