Omenscast #69: Pedra nos rins e cirurgia

Omenscast, o minicast da sua saúde sexual: hoje o assunto é pedra nos rins
BLOG OMENS / Saúde geral
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Escrito por

Caio Vega

Dr. João Arthur Brunhara Alves Barbosa
Revisado por

Dr. João Brunhara

CRMSP 161.642
Última atualização

23 de novembro 2023

No episódio de Omenscast de hoje, o médico e urologista João Brunhara vai abordar profundamente a condição de pedras nos rins, incluindo o que são, como funciona a cirurgia e o seu pós-operatório.

Seja bem-vindo ao blog da Omens e fique à vontade para ouvir o nosso podcast! A transcrição do áudio também está logo abaixo.

Quem já teve uma crise de pedra no rim sabe que essa é uma das piores dores que existem. Muitas vezes a pedra sai sozinha, mas em outros casos é necessário fazer uma cirurgia para resolver o problema. Então, pedra no rim precisa de cirurgia? Como é feita a cirurgia de pedra nos rins? Aliás, a cirurgia de pedra nos rins é perigosa? Vamos responder essas dúvidas e mais outras sobre esse tema:

Eu sou João Brunhara, médico urologista, e esse é o Omenscast, o podcast da Omens sobre saúde masculina.

Bom, hoje de novo nosso tema é de interesse de homens e mulheres, mas de novo um problema mais comum entre os homens – e também tratado pelo médico urologista. O risco de desenvolver uma pedra no rim em algum momento da vida é de aproximadamente 13% entre os homens e 7% entre as mulheres. Ah, e é comum você encontrar como sinônimo de pedra o nome cálculo renal ou litíase renal.

Causas

A causa mais comum de formar pedras nos rins é o baixo consumo de água. Mas existem outras alterações envolvendo cálcio, sódio, ácido úrico, infecções urinárias e até causas genéticas, que podem ser os responsáveis pelo problema. Por isso, pessoas que têm um histórico de produzir muitas pedras devem fazer uma análise do metabolismo da urina para pesquisar melhor essa causa. A partir dessa análise, podem ser indicadas, por exemplo, medicações ou alterações na dieta. 

As pedras se formam inicialmente no rim. Por sinal, quando elas ainda estão lá, não costumam doer, e podem ficar silenciosas por anos. A crise de cólica renal aparece quando a pedra sai do rim e fica presa no canal a caminho da bexiga, que se chama ureter. É então que começa uma dor forte nas costas, que pode irradiar para o abdome e até para os testículos.

Cirurgia

Quando essa pedra tem até 5 milímetros, ou seja, meio centímetro, a chance de você conseguir eliminá-la sem cirurgia é de até 80% dentro de 2 semanas. Mas pedras maiores têm uma chance menor de sair – e quanto maior a pedra, menor a chance. 

Em algumas situações, precisamos indicar a realização da cirurgia com mais urgência:

  • quando existe febre ou evidência de infecção;
  • quando a pessoa só tem um dos rins;
  • ou quando a função do rim está piorando, ou quando a dor está insuportável mesmo com todas as medicações para dor.

Se não existir nenhuma dessas condições, podemos decidir junto com o paciente se ele deseja esperar pela passagem natural da pedra ou se deseja retirá-la com um procedimento.

Como funciona

A cirurgia para pedras nos rins é um procedimento bastante seguro e pouco invasivo, em geral feito sem cortes. Na grande maioria das vezes a cirurgia é pela uretra, ou seja, introduzimos uma microcâmera através do canal urinário e navegamos pela bexiga e pelo ureter até chegar no local onde a pedra estiver.

E essa é uma cirurgia a laser, ou seja, através do aparelho, usamos um laser para fragmentar o cálculo e transformá-lo em poeira, que vai sair pela urina. Se sobrar algum fragmento maior, podemos retirá-lo diretamente pelo aparelho. O nome da cirurgia que estou descrevendo é ureterolitotripsia

No fim do procedimento, colocamos um cateter que vai do rim até a bexiga. Esse cateter se chama duplo J, porque em cada ponta ele faz uma curva em formato da letra J. O duplo J deve ficar em média de 7 a 10 dias após a cirurgia, mas pode permanecer por mais tempo dependendo do caso. A importância do cateter é garantir que o canal do ureter não se feche por conta da inflamação decorrente do procedimento. Por isso, em casos em que o ureter está muito danificado, é necessário permanecer com o cateter por um tempo maior.

Essas explicações são para as pedras nos rins mais comuns, que têm um tamanho geralmente menor do que um centímetro quando estão no ureter, ou de até 2 centímetros quando estão dentro do rim.

Cálculos maiores

Em casos de pedras muito maiores do que essas medidas, nem sempre a cirurgia pela uretra é suficiente, e nesses casos pode ser necessário fazer um procedimento de porte maior, atravessando o rim para poder alcançar e eliminar totalmente as pedras. 

Essa cirurgia se chama nefrolitotripsia percutânea e envolve um pequeno corte nas costas para acessar o rim. Mas esse tipo de procedimento fica realmente reservado a casos de pedras muito grandes. Diferente das cirurgias que falamos até agora, a percutânea tem riscos maiores de sangramento, infecções ou até perfuração de outros órgãos, mas todos esses riscos podem ser minimizados usando medidas de segurança. 

Como é o pós-operatório das cirurgias de pedras nos rins?

Obviamente, depende do tipo de cirurgia que foi feita. Se estamos falando da cirurgia mais comum, feita pelo canal, muitas vezes damos alta para o paciente no mesmo dia. Já na percutânea, é comum ficar mais 1 ou 2 dias internado.

Existem alguns sintomas incômodos durante a recuperação, mas que tendem a melhorar com o passar dos dias e com uso de medicação. Por exemplo, é comum apresentar sangue na urina após a cirurgia, e uma dor moderada, seja nas costas, na bexiga ou na hora de urinar. Muitos desses sintomas são causados não só pela cirurgia em si mas também pela presença do cateter duplo J. Ou seja, são incômodos que existem mesmo nas cirurgias menos invasivas.

E se você estiver se perguntando:

Quanto tempo de repouso você precisa após a cirurgia

Ou melhor, quantos dias de atestado para a cirurgia? A resposta é: depende. Se for uma cirurgia por dentro do canal e você por sorte for uma pessoa pouco sensível a dor, já é possível voltar a fazer atividades de escritório dentro de poucos dias – e até voltar para a academia na semana seguinte. Agora, se for uma cirurgia percutânea, esse prazo é maior, e principalmente se seu trabalho envolve muito esforço ou contato físico, você pode precisar ficar quase um mês afastado.

E agora uma pergunta que sempre preocupa no contexto de saúde privada:

Qual o preço da cirurgia para pedras nos rins?

Bom, primeiro vale lembrar que esses procedimentos que eu mencionei estão no rol da ANS e, portanto, devem ser cobertos pelos planos de saúde. Agora, para quem está sem cobertura de plano, é importante explicar que, por conta principalmente dos materiais que são caros (como laser) essas cirurgias tendem a ser custosas. Mas a boa notícia é que a cirurgia de pedra nos rins pode ser feita pelo SUS, sejam as mais ou menos invasivas. Portanto, se esse for seu caso, procure a unidade de saúde de referência da sua região, para ser direcionado para o hospital que cuidará do seu caso. 

E, se você tiver mais dúvidas, comenta com a gente no Instagram, Facebook, TikTok ou no blog.

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