A Omens separou para você algumas das mais importantes pesquisas e estatísticas sobre disfunção erétil. Apresentaremos dados sobre como as dificuldades de ereção afetam os brasileiros, incluindo as principais causas e consequências do problema. Continue com a gente caso queira saber mais sobre a disfunção sexual masculina mais presente no mundo todo:
Índice
Quantos homens no Brasil sofrem de disfunção erétil?
A maioria dos estudos consultados (ver a seção Referências no final do artigo) concluem que a partir de 45,1% dos adultos sofrem com disfunção erétil em algum grau. Os dados variam, mas eles divergem pouco: há pesquisas que estimam 46% ou 47%.
Desse modo, é possível concluir que hoje aproximadamente 25 milhões de brasileiros com mais de 18 anos possuem algum problema de ereção.
A disfunção erétil acomete mais de
dos homens adultos no Brasil
Cerca de
de brasileiros têm algum problema de ereção
Inclusive, a Omens realizou uma pesquisa junto com a Datafolha, que entrevistou quase 2 mil homens sexualmente ativos, de variadas classes econômicas, faixas etárias e de diferentes regiões do país. Você pode conferir os resultados aqui.
Qual a porcentagem de pessoas com disfunção erétil?
O Estudo do Comportamento Sexual (ECOS) analisou os problemas de ereção dos brasileiros. A pesquisa se concentrou em três regiões do país, concluindo que 46,2% da população possui algum grau de disfunção erétil.
Do total de pessoas entrevistadas, 31,5% apresentavam um problema de ereção mínimo, isto é, uma ereção um pouco fraca. Cerca de 12% tinham um problema de ereção considerado moderado, enquanto 2,6% disseram ter uma ausência total de ereção (disfunção erétil completa).
Veja os dados no gráfico a seguir:
No entanto, outros estudos realizados no Nordeste brasileiro encontraram índices de casos de problemas de ereção um pouco menores: entre 39,5% e 40% dos nordestinos teriam algum grau de disfunção erétil.
Além disso, como veremos mais à frente, a quantidade de casos de disfunção erétil e o grau de severidade do problema acabam aumentando significativamente com a idade.
Outro dado relevante, apresentado por um estudo publicado pelo Grupo Editorial Moreira Jr. [2], é que, apesar das estatísticas altas de disfunção erétil no Brasil, somente 27% dos pacientes foram questionados durante uma consulta médica sobre possíveis problemas sexuais. E isso considerando que 81% dos homens responderam que deveriam receber esse tipo de pergunta do médico – aliás, 78% disse não sentir vergonha para discutir esse assunto com um profissional.
Qual a idade que se começa a “perder a potência”?
Em primeiro lugar, é importante deixar claro que, apesar de os casos de problemas de ereção aumentarem com a idade, NÃO se pode dizer que a disfunção erétil é consequência direta e certa do envelhecimento. Além disso, não podemos esquecer que as dificuldades de ereção afetam muitos jovens brasileiros, normalmente provocadas por fatores psicológicos (ansiedade, depressão, etc.).
Ainda assim, o Projeto Sexualidade (ProSex) do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP [1] comparou indivíduos de 18 a 39 anos com outros de 60 a 69. Segundo a pesquisa, os homens com mais de 60 anos de idade apresentaram 2,2 vezes mais riscos de desenvolver disfunção erétil. Enquanto isso, aqueles que tinham mais de 70 anos, tinham 3 vezes mais chances.
Outro estudo importante para as pesquisas sobre o problema foi o Massachusetts Male Aging Study (MMAS), que investigou homens de 40 a 70 anos de idade dos Estados Unidos. Os resultados também apontaram um aumento nos casos de disfunção erétil conforme a idade avança: são registrados todo ano 12,4 novos casos a cada mil homens com 40 anos; 29,8 casos anuais/1000 indivíduos de 50 anos de idade, e 46,4 novos pacientes de 60 anos.
A mesma pesquisa [4] também comparou a quantidade total de indivíduos com dificuldades de ereção aos 40 e aos 70 anos de idade: a porcentagem de pacientes com disfunção moderada subiu de 17% para 34% na comparação entre os dois grupos, enquanto o número de homens com impotência completa triplicou de 5% para 15%.
Qual a principal causa da disfunção erétil?
Já é difícil definir quais as causas da disfunção erétil, portanto fica ainda mais complicado colocar apenas uma como principal.
No entanto, segundo pesquisas, pôde-se perceber uma série de fatores que que mais possuem relação com as dificuldades de ereção. São eles:
- hipertensão arterial
- diagnóstico de diabetes
- hipercolesterolemia (colesterol ruim alto)
- cardiopatias
- doenças da próstata (hiperplasia benigna de próstata, por exemplo)
- obesidade
- sedentarismo
- tabagismo
- consumo excessivo de álcool
- depressão
- transtorno de ansiedade
Além disso, fatores socioeconômicos também entram em jogo: é perceptível que há um aumento nos casos de disfunção erétil entre pessoas de posições sociais mais baixas; por exemplo: pouco grau de escolaridade, baixa renda e desempregados.
Segundo um estudo publicado na Revista Factores de Risco de 2012, mais de 68% dos hipertensos de 34 a 75 anos de idade apresentaram problemas de ereção. A pesquisa foi realizada com base no Índice Internacional de Função Erétil, já analisado aqui no blog.
Da mesma forma, a combinação de hipertensão arterial e diabetes aumenta em 2 vezes o risco de se desenvolver disfunção erétil. Isso provavelmente porque o diabetes pode gerar complicações, como doenças vasculares, obesidade e neuropatia.
Dentre os hipertensos,
tem alguma dificuldade de ereção
Aproximadamente
dos pacientes submetidos à prostatectomia apresentam DE
Por fim, a Revista de Medicina da USP, edição de 2016 [3], publicou outra estatística importante, dessa vez sobre intervenções cirúrgicas. Nesse caso, a pesquisa demonstrou que a disfunção erétil é muito comum em cirurgias como a do câncer de próstata (prostatectomia). 60% das pessoas que passaram por esse tipo de cirurgia tiveram sua função sexual reduzida dentro de um período de 2 anos, enquanto 80% passaram pelo mesmo problema dentro de 8 anos.
Porém, a dificuldade para se obter uma ereção nesses casos pode ter relação com fatores psicológicos também, já que a experiência com a doença pode ser bastante difícil e receber um diagnóstico de câncer pode trazer outras consequências para a saúde mental do paciente.
Conclusão
Como bem demonstrou a pesquisa nacional do Projeto Avaliar, a disfunção erétil é um problema bastante presente na vida dos brasileiros, chegando a afetar mais ou menos metade dos pacientes que procuram soluções para suas queixas em diversos consultórios e clínicas médicas. Ainda assim, como vimos, pouco mais de 1/4 deles são questionados durante a consulta se estão sentindo alguma dificuldade nas relações sexuais. Além disso, ao contrário do que se poderia pensar, a maioria dos brasileiros gostaria que esse tema fosse discutido com eles no atendimento.
Enfim, não poderíamos finalizar este artigo sem antes abordar alguns dados sobre os tratamentos.
O mesmo estudo de 2016 da USP, mencionado anteriormente, aborda as mudanças de hábitos de vida como um dos principais tratamentos e formas de prevenir a disfunção erétil. Controle do sedentarismo, da obesidade, redução do estresse, do uso de drogas ilícitas, da nicotina e do álcool, por exemplo, podem melhorar as ereções do paciente no médio e longo prazo.
A mesma pesquisa apresenta os resultados de um estudo randomizado que investigou 110 homens obesos de 35 a 55 anos de idade. Os pacientes, após reduzir no mínimo 10% do peso corporal, adotar uma nova dieta e praticar atividades físicas regularmente, melhoraram a pontuação do Índice Internacional de Função Erétil: de 13,9 para 17. Assim, 31% dos homens recuperaram a ereção.
Por fim, estudos clínicos apresentaram uma taxa de sucesso no uso de medicamentos como a sildenafila (viagra): entre 70% a 90% de eficácia. 72,4% dos pacientes disseram ficar mais satisfeitos com a própria ereção após o uso dos tratamentos, mas, se analisamos apenas os homens com menos de 50 anos, a mesma resposta sobre para 86,7%.
Referências
- Carmita H. Najjar Abdo, Waldemar M. de Oliveira Jr., Marco de Tubino Scanavino, Fernando Gonini Martins. Disfunção disfunção erétil – resultados do estudo da vida sexual do brasileiro brasileiro.
- Edson D. Moreira Junior, Djanilson B. dos Santos, Carmita H. Najjar Abdo, Eric Wroclawski, João A. Saraiva Fittipaldi. Epidemiologia da disfunção erétil no Brasil: resultados da pesquisa nacional do Projeto Avaliar.
- Andrey B. Sarris, Maki C. Nakamura, Luiz G. Rachid Fernandes, Rodrigo L. Staichak, Alisson F. Pupulim, Bernardo P. Sobreiro. Fisiopatologia, avaliação e tratamento da disfunção erétil.
- J. Levy – Periódico Britânico de Diabetes e Doenças Vasculares. Impotence and its medical and psychosocial correlates: results of the Massachusetts Male Aging Study.