Muito se fala, nos dias de hoje, no que realmente as pessoas vêem de atrativo em alguém com quem gostariam de sair, ou que, até mesmo, possa vir a ser um futuro parceiro. A impressão é que, em geral, o mais importante é a aparência física, mas outros fatores também podem entrar no jogo.
Foi pensando nisso que a Omens - plataforma voltada à saúde sexual dos homens brasileiros - encomendou, no mês de outubro de 2021, uma nova pesquisa junto ao Instituto Datafolha. Dessa vez, o intuito da pesquisa foi entender quais eram o que seria mais importante em um parceiro, além de procurar saber também a satisfação, principalmente dos homens, com relação a si próprios. Para esta pesquisa, foram entrevistados homens e mulheres de todas as regiões do Brasil com 18 anos ou mais.
O que é mais importante no seu parceiro? Na internet, muito se fala que as pessoas, em geral, buscam parceiros ou parceiras apenas pela aparência física, ou mesmo por situação financeira ou profissional.
Entretanto, os dados da pesquisa não vão tão de encontro com essa expectativa. Tanto entre os homens quanto entre as mulheres, o fator considerado mais importante foi o bom caráter (26%, escolhido como principal por 22% dos homens e 30% das mulheres). Em segundo lugar, aparece o fator “confiança” (21%), sendo o mais importante para 23% dos homens entrevistados, e 18% das mulheres..
Apenas na terceira posição é que podemos encontrar a aparência física, mais especificamente com relação ao rosto. 9% da amostra escolheram este como o aspecto mais importante em um parceiro, sendo 10% dos homens e 9% das mulheres. Aqui, o mais curioso: entre os homens, este é o único aspecto em que houve maior prevalência entre os mais jovens (de 18 a 49 anos) se comparados aos mais velhos (de 50 anos em diante), com uma diferença significativa: 11% contra apenas 3% dos mais velhos. Dessa forma, entende-se que a aparência física é algo muito mais levado em conta quando jovem, deixando de ter sua importância conforme o tempo passa. Quando mais velhos, aspectos como bom caráter (31%), confiança (26%) e carinho ou afeto (10%) passam a ser muito mais relevantes.
E mais: se todos - principalmente os homens - tanto se preocupam com o desempenho na hora h, este não é nem de longe o mais valorizado, tanto entre homens quanto entre mulheres. Na realidade, é ainda menos lembrado entre as mulheres, sendo escolhido como principal fator por apenas 4%, enquanto 6% dos homens teriam apontado este aspecto.
E os dois pontos que citamos anteriormente, que tanto se fala na internet: a forma física (do corpo) e a situação financeira ou profissional? Estes ocupam duas das três últimas posições. Apenas 5% dos entrevistados apontou se importar mais com o corpo de seu parceiro, enquanto que a situação financeira ficou em último lugar, com apenas 3% das respostas.
Ainda, a pesquisa buscou entender não só o principal fator, mas também aqueles que seriam o segundo e o terceiro mais importantes. E analisando esse conjunto, o caráter ganha ainda mais importância, aparecendo entre as respostas de 57% dos respondentes, com maior incidência entre as mulheres (61%, diante de 53% dos homens). A confiança continua em segundo lugar (47%), mas o terceiro lugar passou a ser do carinho e afetuosidade, aparecendo nas respostas de 38% dos entrevistados. Entre os homens, estes três fatores aparecem com maior frequência entre os mais velhos, com uma diferença muito significativa na questão do carinho: 53% dos homens de 50 anos ou mais listaram este como um dos três pontos mais importantes. Se comparados aos 38% dos mais jovens que fizeram esta escolha, percebe-se, talvez, uma necessidade de um maior carinho, proximidade e afeto entre aqueles mais velhos, algo que, inclusive, já faz parte do imaginário popular.
A forma física do corpo, a situação profissional e financeira, e o desempenho no sexo foram os menos escolhidos, aparecendo em 14%, 14% e 18% das respostas, respectivamente. Nota-se uma diferença entre os homens e as mulheres: a situação profissional aparece com maior reincidência entre as mulheres (17%, contra 11% das respostas dos homens), enquanto o corpo é mais citado entre os indivíduos do gênero masculino (19% diante de apenas 9% das mulheres). Enquanto isso, o desempenho no sexo continua não sendo nem de longe o mais importante, e dito isso, pode-se esperar, quem sabe, uma certa cumplicidade entre os parceiros, em casos de possíveis problemas sexuais que o outro venha a ter. Dessa forma, aqueles que não escolheram esta questão talvez estejam mais abertos a um diálogo, o que pode reduzir um pouco todo o estigma em torno da questão.
As respostas dos participantes são interessantes pois desmistificam algumas expectativas. Primeiro, não se confirma uma noção de que em tempos de afetos líquidos, atributos físicos e materiais teriam uma predominância sobre os demais. Na verdade, as características relacionadas à personalidade foram as apontadas como mais importantes. Também não foram notadas respostas muito discrepantes no geral entre homens e mulheres - ainda que os homens tenham demonstrado um pouco mais de interesse pela forma física das pessoas com quem se relacionam, e as mulheres tenham se declarado mais interessadas pela posição profissional de seu par afetivo, essas diferenças não ultrapassaram 10 pontos percentuais.
Vale ressaltar ainda que 14% dos respondentes escolheram como fator principal a opção “Nenhum”, suscitando tanto a possibilidade de não buscarem parceiros, como a de haver outros fatores que possam interessá-los mais.
É claro que existe um viés de que as respostas podem não refletir as escolhas reais, porém com o uso de questionários confidenciais e digitais, a tendência é pela obtenção de respostas sinceras.
Não é segredo para ninguém que os homens se preocupam muito com questões relacionadas ao seu órgão sexual, principalmente seu tamanho. Por isso, se a pesquisa abordou o que é mais importante para cada um, também quisemos abordar o quão importante seria esta questão a qual os homens tanto valorizam.
Talvez de forma surpreendente, 81% dos homens entrevistados afirmaram estar satisfeitos com o tamanho do próprio pênis. Destes, vale a pena ressaltar que 56% afirmaram estar satisfeitos por ser “médio”. E entre os homens de 50 anos ou mais, este índice é muito maior: 77%. Além destes, 20% afirmaram estar satisfeitos por terem um pênis considerado grande, e outros 6% declararam satisfação, mesmo com um pênis pequeno, o que em geral, costuma ser raro, mas demonstra um desprendimento com relação aos padrões impostos, ou mesmo que apenas sabem que o sexo não se resume apenas a isso.
Já dentre aqueles 13% que afirmaram estar insatisfeitos, curiosamente apenas 5% disseram ser por considerá-lo pequeno (um índice levemente maior entre os homens mais velhos, com 8%). Outros 7% alegaram insatisfação pois, apesar de médio, gostariam que fosse maior.
Vale ressaltar, ainda, que 5% dos entrevistados se recusaram a responder esta pergunta. E curiosamente, este número é significamente maior entre aqueles de 18 à 24 anos (com 11%), demonstrando que a situação ainda hoje é delicada e envolve sim alguns tabus.
Mas afinal, essa preocupação tem sentido? Para tirar essa dúvida, a pesquisa também abordou mulheres, e, destas, 78% afirmaram estar satisfeitas com o tamanho do órgão de seus parceiros. O índice é levemente superior entre aquelas de 18 a 49 anos (79%) se comparado àquelas de 50 anos ou mais (67%). E ainda, das 78% totais, 49% disseram estar satisfeitas por ser de tamanho médio, enquanto 12% alegaram satisfação exatamente por serem pequenos. Mais uma vez, curiosamente o índice é menor entre as mais velhas, sendo este de apenas 3%.
Mas de todo modo, somente 4% das mulheres disseram estar insatisfeitas com o tamanho do pênis de seus parceiros. Um número de certa forma pequeno, e que mostra que, de modo geral, toda a preocupação com relação a este tema pode, na verdade, não fazer sentido e nem mesmo ser necessária. O Dr. João Brunhara analisou estes dados: “essas observações reforçam que a insatisfação masculina com o tamanho do pênis é muito mais presente do que a das pessoas que se relacionam sexualmente com homens. E que portanto não é uma preocupação com satisfação ou qualidade de vida sexual, mas sim com ideias como competição e compatibilidade com estereótipos de masculinidade.”
Vale ressaltar ainda que 19% das entrevistadas não tiveram suas respostas contempladas entre satisfeitas ou não devido a 6% que nunca tiveram um parceiro ou que não têm interesse por homens (3% de cada), e outras 13% que se recusaram a responder, novamente indicando uma certa delicadeza em torno da questão.
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